Ide pelo mundo! Visita ao Dicastério para a Evangelização encerra os compromissos pastorais da Visita Ad Limina do Regional Leste 1

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O último Dicastério a ser visitado, encerrando assim os compromissos pastorais da Visita Ad Limina Apostolorum, foi o Dicastério para a Evangelização. Durante a visita, Dom Gilson Andrade da Silva, bispo de Nova Iguaçu e Vice-presidente do Regional Leste 1 – CNBB, saudou o Pró-Prefeito do organismo da Sé Apostólica, o Cardeal Rino Fisichella e as demais autoridades presentes. Foi um momento de muita emoção e unidade com a Igreja de Cristo.

“O Dicastério para a Evangelização, lê-se nos números 53 e 54 da Constituição Apostólica Praedicate Evangelium, está a serviço da obra de evangelização para que Cristo, luz dos povos, seja conhecido e testemunhado por palavras e obras e para que seu Corpo Místico, que é a Igreja, possa ser edificado. O Dicastério é competente para as questões fundamentais da evangelização no mundo e para a instituição, acompanhamento e apoio das novas Igrejas particulares, salvo a competência do Dicastério para as Igrejas Orientais”.

O Dicastério, afirma-se, “é presidido diretamente pelo Romano Pontífice, o Papa”. Compõe-se de duas seções, cada uma das quais “é dirigida em seu nome e por sua autoridade por um Pró-Prefeito”. Uma das duas Seções ocupa-se das “questões fundamentais da evangelização no mundo” e a outra da “primeira evangelização e das novas Igrejas particulares nos territórios de sua competência” como afirma a Santa Sé.

Durante seu discurso, o Dom Gilson reforçou, em nome do Regional Leste 1, o compromisso da Igreja do Estado do Rio de Janeiro, no “vínculo afetivo e efetivo da comunhão com Pedro para a realização do desejo do Senhor de uma Igreja em saída.”, afirmou o bispo. Ele iniciou seu discurso destacando que “…nessas duas últimas décadas, nossas Igrejas particulares têm procurado pautar a ação evangelizadora atentas às indicações dos Santos Padres e às Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, que há 15 anos encontram sua inspiração pastoral nas propostas emanadas pela Conferência de Aparecida.”

Veja a reportagem de Luciana Martins e Paulo Junior para a Rede Vida sobre este compromisso:

 

A seguir, você pode ler, na íntegra, o discurso de Dom Gilson Andrade no Dicastério para a Evangelização:

“Agradeço a oportunidade de, em nome de meus irmãos no episcopado do Regional Leste 1 da CNBB, dirigir-lhes estas palavras de saudação e de apresentação, mesmo que breve, da realidade da nossa presença e dos desafios à evangelização no Estado do Rio de Janeiro.
Estamos aqui representadas 11 circunscrições eclesiásticas: 2 Arquidioceses, 8 dioceses e 1 Administração Apostólica; com realidades geográficas diversas, mas diante de desafios culturais comuns.
Nessas duas últimas décadas, nossas Igrejas particulares têm procurado pautar a ação evangelizadora atentas às indicações dos Santos Padres e às Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, que há 15 anos encontram sua inspiração pastoral nas propostas emanadas pela Conferência de Aparecida.
Atualmente, com a Igreja no Brasil, nos propomos responder aos desafios da evangelização diante da difusa cultura urbana, procurando ser Igreja em estado permanente de missão, incentivando o fomento das pequenas comunidades eclesiais missionárias como forma de uma experiência de fé mais intensa e mais próxima das pessoas nos lugares onde elas vivem.
Alguns desafios para a evangelização são compartilhados por todas as nossas (arqui) dioceses como, por exemplo, encontrar caminhos para a formação dos discípulos missionários com inspiração catecumenal, especialmente no tocante à Iniciação cristã; transformar a ação missionária como paradigmática de toda a vida eclesial, conforme nos indica o Papa Francisco na Evangelii Gaudium; fomentar a cultura vocacional, a renovação de nossas lideranças laicais, a busca pelos jovens e a criatividade para atraí-los para Jesus Cristo na Igreja, o enfrentamento do avanço e da influência cultural das comunidades evangélicas neopentecostais, a violência crescente, o descrédito para com a vida pública, diante da histórica corrupção no mundo da administração pública.
Preocupa-nos o número crescente daqueles que se declaram ‘sem religião’, embora sem negar a crença difusa na divindade. Segundo as atuais estatísticas, estes números aumentam progressivamente até mais do que os dos grupos evangélicos.
Com toda a Igreja no Brasil, compartilhamos a solidariedade para com os pobres, especialmente no campo da ação social, com iniciativas que representam mais atenção para com eles, em perspectiva do fomento de uma cultura mais solidária. A criação do Dia dos Pobres contribuiu para um esforço maior de integração das pastorais sociais na missão específica da Igreja, junto à realidade das diversas pobrezas. 
A escuta para o Sínodo de 2023 tem-nos ajudado a tomar nova consciência de que nossas Igrejas possuem estruturas para o desenvolvimento da Igreja na perspectiva sinodal e, que, portanto, nos sentimos ainda mais impelidos a valorizá-las na dimensão missionária, envolvendo toda a riqueza pastoral de nossas Igrejas. Vemos, com grande esperança, a experiência das novas realidades eclesiais (Movimentos e Novas Comunidades) que trazem renovado frescor, especialmente para a evangelização da juventude.
A juventude, por outro lado, representa um dos desafios inadiáveis. A Igreja na América Latina fez opção preferencial pelos pobres e também pelos jovens.
Como Regional, temos procurado ações comuns no enfrentamento desses desafios. A criação e a constante expansão dos Conselhos Missionários em vários níveis (Nacional, Regional, Diocesano, Paroquial e de Seminaristas) contribuem para o fomento da necessária animação missionária da pastoral. No entanto, reconhecemos a dificuldade de superar um estilo de pastoral mais de conservação das coisas que já existem em detrimento de uma ação mais missionária. No âmbito da formação inicial dos presbíteros, crescem iniciativas que ajudam a fomentar a dimensão missionária da vocação ao sacerdócio ministerial.
Além disso, algumas de nossas dioceses têm experiência de envios de sacerdotes para regiões mais necessitadas do Brasil, especialmente da Amazônia, favorecendo, inclusive, o envio de seminaristas para tempos de estágios pastorais.
Ainda gostaríamos de destacar que, na atual reforma da Cúria romana, através da Constituição Apostólica Predicate Evangelium, a presença do Santo Padre à frente desse Dicastério é indicativo para nós do zelo e da atenção prioritária que, como Bispos, devemos assumir na ação missionária, em atenção ao mandato missionário de Nosso Senhor.
Uma última palavra de gratidão a esse Dicastério, pelo apoio que recebemos na promoção da ação evangelizadora em nossas Igrejas e pela oportunidade deste encontro que reforça, em nós, o vínculo afetivo e efetivo da comunhão com Pedro para a realização do desejo do Senhor de uma Igreja em saída.

Imagens e Vídeos: Luciana Martins e Paulo Junior (Rede Vida)

Colaboração: João Dias (Arquidiocese de Niterói)

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