A perseguição cristã não acontece aqui mas acontece agora

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Milhares de cristãos foram forçados a fugir do norte do Iraque em agosto de 2014, após serem expulsos por extremistas do grupo Estado Islâmico. Essa fatídica noite tornou-se um marco, e desde então, anualmente, o Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos é celebrado em 6 de agosto. A região abrigava cerca de 25% dos cristãos do país, bem como algumas minorias muçulmanas ameaçadas.

A fuga ocorreu durante a noite, com milhares de pessoas caminhando pelas estradas em direção às cidades curdas de Erbil e Dohuk. Entre elas, encontravam-se idosos, doentes, crianças e mulheres grávidas, todos aterrorizados e em pânico, deixando para trás suas casas e pertences, carregando apenas as roupas do corpo.

Diante das primeiras informações sobre a crise, a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) agiu prontamente, mobilizando e lançando campanhas e projetos para socorrer materialmente e espiritualmente os perseguidos e refugiados. A fundação pontifícia empreendeu um dos maiores esforços de ajuda humanitária de sua história, direcionando recursos para alimentação, abrigo e educação dos refugiados. Até o momento, mais de 2 mil projetos foram implementados no Oriente Médio desde o início dessa crise.

Cartaz do 9° Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos
Cartaz do 9° Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos

Essa é a 9ª edição do ‘Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos’. Com o apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a ACN promove essa iniciativa convidando todas as paróquias e comunidades cristãs do país a participarem. Rezar é dizer que se importa e que está ao lado dos irmãos que pagam um alto preço por acreditarem em Jesus.

No 16º Relatório sobre a liberdade religiosa no mundo, divulgado pela Fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), em 22 de junho, constatou-se que a situação das perseguições religiosas continua preocupante. Em 61 países, cerca de um terço do total, há formas de discriminação e perseguição religiosa. Isso afeta aproximadamente 4,9 bilhões de pessoas, ou 62% da população mundial. O extremismo islâmico, o nacionalismo étnico-religioso e governos autoritários são identificados como principais perpetradores. O continente mais afetado é a África, onde ocorre um aumento de ataques jihadistas.

Na Ásia, alguns países se destacam negativamente com as piores violações de direitos humanos, incluindo a liberdade religiosa, além da preocupação com o aumento do nacionalismo étnico-religioso e leis anticonversão que ameaçam minorias religiosas. O relatório destaca ainda a persistência de conversões religiosas forçadas e casos de sequestros e violência sexual.

O relatório também alerta para os crescentes limites à liberdade de pensamento, consciência e religião nos países da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), indicando uma mudança de “perseguição educada” para uma “cultura da anulação”. A liberdade religiosa é considerada a base de todas as liberdades, incluindo a liberdade de pensamento, expressão, consciência e culto.

Os testemunhos de advogados e líderes religiosos reforçaram a urgência de ações para combater a perseguição. A comunidade internacional é chamada a enfrentar esse problema, protegendo os direitos fundamentais das pessoas de praticarem sua fé livremente e garantindo a coexistência pacífica entre diferentes grupos religiosos.

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