Missa na Basílica de São Paulo Fora dos Muros encerra a Visita Ad Limina do Regional Leste 1

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Na tarde desta sexta-feira, 7 de outubro, Dia de Nossa Senhora do Rosário, o Arcebispo Metropolitano de Niterói e Presidente do Regional Leste 1 da CNBB, Dom José Francisco Rezende Dias, presidiu a Santa Missa na Basílica Papal de São Paulo Fora dos Muros, encerrando assim a Visita Ad Limina Apostolorum dos bispos do Estado do Rio de Janeiro.

Foram cinco dias intensos de trabalho, oração e fraternidade que se iniciaram com a celebração da eucaristia na cripta da basílica vaticana de São Pedro e o encontro com o Papa Francisco e conclui-se, providencialmente, com a visita ao Dicastério para a Evangelização e a missa na Basílica dedicada ao Apóstolo dos Gentios. Curiosamente a abadia recebe este nome por ter sido construída fora dos Muros Aurelianos que protegiam a antiga cidade de Roma. De beleza exuberante a igreja foi erguida sobre o que a Tradição conta ter sido o local onde São Paulo foi sepultado. Juntamente com as Basílicas de São Pedro, São João de Latrão e Santa Maria Maior é uma das quatro Basílicas Papais de Roma.

Em sua homilia, o Presidente do Regional Leste 1, iniciou falando de gratidão, louvando a a Deus por todos e todas que colaboraram para que a Visita Ad Limina fosse um tempo de graça no Senhor. E seguiu exortando os presentes sobre festa mariana que celebravam, o Dia de Nossa Senhora do Rosário.

Segundo o portal Vatican News, “As origens do santo Rosário remontam ao ano 1212, quando São Domingos de Gusmão, durante sua permanência em Toulouse, viu a Virgem Maria, que lhe entregou o Rosário, como resposta a uma de suas orações, para saber como combater a heresia albigense. A vitória alcançada levou-o a ver na oração do Rosário o instrumento para encontrar refúgio e conforto, força e confiança para enfrentar e superar as dificuldades da vida, encontrando no terço o ‘escudo’ para vencer as heresias. A ‘entrega’ do rosário pela Virgem Maria e a sua simplicidade contribuíram para a difusão desta prática de piedade entre o povo, reconhecida pelo Papa Francisco como ‘mística do povo’.”, descreve o site.

 

Leia a íntegra da homilia de Dom José Francisco:

​“Queridos irmãos no sacramento da Ordem, queridos irmãos e irmãs no Batismo. Aqui, nos reunimos na Basílica de São Paulo, nesse último dia de nossa peregrinação e visita à Sé de Pedro. Hoje, nossa Eucaristia tem a tônica de ação de graças a Deus por tudo o que Ele permitiu que vivêssemos nesses dias. Agradecemos a Deus, trazendo no coração e na oração, todos aqueles que nos acolheram, especialmente, o Papa Francisco, os representantes dos Dicastérios, os irmãos da Opera dela Chiesa, do Colégio Pio Brasileiro e aqueles que nos acompanharam, com suas orações, lembrando nossas Arquidioceses e Dioceses e, de modo especial, agradecer à Rede Vida de Televisão, nas pessoas de Luciana e Paulo.

Aqui, nesta Basílica, somos convidados a renovar nossa fé e nosso ardor missionário, a exemplo do apóstolo Paulo que doou sua vida pela causa de Jesus, anunciando o Evangelho às nações.

Estamos no mês missionário, quando celebramos o Dia de Nossa Senhora do Rosário, que é a primeira sexta-feira do mês e dia do aniversário de Dom Alano. Ontem, foi aniversário da Luciana que nos acompanhou. Portanto, são muitos os motivos para agradecermos e louvarmos ao Senhor.

A Palavra de Deus, no conhecido texto da Anunciação, apresenta-nos o segredo de Maria, a Cheia de Graça, a Perfeita Discípula do Senhor, que respondeu, de maneira plena e livre ao projeto de Deus. Concebida sem pecado, ela nasceu com a liberdade integrada, uma liberdade interior capaz de acolher e responder à proposta divina. A sua vida foi só Sim a Deus.

Faça-se em mim, segundo a tua Palavra

A história de Maria começa com uma expressão que resume sua existência: cheia de graça. Ao entrar em sua casa, o anjo lhe disse: Alegra-te, cheia de graça, e outra vez: Não tenhas medo, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. Portanto, na graça encontra-se a identidade mais profunda de Maria. Ela é a proclamação viva, concreta de que a graça é a realidade mais importante no relacionamento entre Deus e as pessoas.

Na Bíblia, Deus é apresentado como doador da graça, num sentido ativo, como Aquele que preenche de graça. Maria – e com ela toda pessoa – é cheia de graça, num sentido passivo, enquanto acolhe a graça que vem de Deus.

Para nós, a palavra graça significa beleza, fascinação, amabilidade, algo espirituoso que traz alegria. Também, quando dizemos que um condenado à morte foi agraciado, queremos esclarecer que ele recebeu o perdão de sua culpa. Na Bíblia, nós sabemos que a palavra graça significa o benefício gratuito, livre e sem motivo que vem da parte de Deus para a felicidade de seu povo. A palavra graça também tem o sentido de um favor divino que torna a pessoa bela, amável, encantadora.

Na saudação do anjo, encontramos estes dois sentidos: Maria encontrou graça junto de Deus, nela Deus se faz presente; Maria também é graciosa, bela, encantadora, sua beleza está na santidade, que lhe vem do próprio Deus.

Sendo graciosa e convidada a ser a mãe do Salvador, o que ela faz? Ela escuta, interroga, medita. E, numa atitude de diálogo, simplicidade, delicadeza e atenção, perfeitamente proporcional à nova situação, situação imprevisível e inédita, ela responde ao anjo com fé: Faça-se em mim segundo a tua Palavra. Com estas poucas e simples palavras, realiza-se o maior e mais decisivo ato de fé, na história da humanidade que transformou o ser humano em morada de Deus.

Maria se coloca como uma página em branco, na qual Deus pode escrever tudo o que quiser, coloca-se como uma empregada pronta a servir a seu Senhor. Ela é cheia de graça, porque acolhe o plano de Deus em sua vida e na história. Assim, ela se torna modelo de realização da vontade de Deus, o instrumento privilegiado pelo qual o Evangelho Vivo entra em nossa história.

Faça-se em mim segundo a tua Palavra.

Hoje, também nós, como Maria e com a sua proteção, somos chamados a testemunhar o projeto do Reino em nossa missão apostólica, em nossa história, em nossas Igrejas Particulares.

Diante de tantas situações na Igreja e no mundo, que partilhamos, ouvimos e discutimos nesses dias, somos convidados a olhar para Maria e reconhecer que a nossa vida e a vida do mundo têm sentido se fizermos a vontade de Deus.

Como ela esteve presente em oração junto aos Apóstolos, aguardando a vinda do Espírito e o nascimento da Igreja missionária, Maria continua sua missão de intercessora pela Igreja e por nós, sucessores dos Apóstolos, animando-nos na fidelidade e no serviço ao Evangelho.

Peçamos a ela, invocada com o título de Senhora do Rosário, e ao apóstolo Paulo que nos acompanhem em nosso retorno e nos encorajem no cumprimento de nossa missão como apóstolos de Jesus Cristo.

Encerro com um pensamento que revela a presença de Maria na vida de Jesus, da Igreja e em nossas vidas:

Presente em Caná, quando a água se fez vinho;
na cruz, quando o vinho se fez sangue;
em Pentecostes, quando o sangue se fez fogo,
Maria estará presente na Parusia,
quando o fogo será a luz da eterna glória.

 

Veja a seguir a reportagem de Luciana Martins e Paulo Junior para a Rede Vida de Televisão:

Imagens e Vídeos: Luciana Martins e Paulo Junior (Rede Vida)

Colaboração: João Dias (Arquidiocese de Niterói)

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