Por dentro da primeira fase das obras de restauração da Igreja do Pilar

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A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, um dos ícones do Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro, foi oficialmente entregue aos fiéis e visitantes nesta sexta-feira, 11 de agosto. Isso marca a conclusão da primeira fase das obras de restauração. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), uma autarquia federal ligada ao Ministério da Cultura, desempenhou um papel fundamental na execução das obras de conservação e restauração do templo e sua área circundante.

Deputado Federal Áureo Ribeiro destinou emenda parlamentar que contribuiu nas obras de restauração.
Deputado Federal Áureo Ribeiro destinou emenda parlamentar que contribuiu nas obras de restauração.

Com um investimento de cerca de R$ 2 milhões, sendo R$ 600 mil provenientes de uma emenda parlamentar do Deputado Federal Áureo Ribeiro e o restante fornecido pelo próprio Iphan, essas melhorias possibilitaram a reabertura do monumento. A igreja estava fechada para culto desde 2014, quando teve de ser interditada por um Decreto Diocesano. Isso ocorreu após o desabamento dos andaimes que sustentavam os altares laterais. A interdição visava preservar o templo e garantir a segurança dos fiéis.

“A igreja do Pilar é um dos grandes patrimônios culturais de Caxias, por isso fiquei extremamente feliz em ter conseguido junto ao IPHAN a liberação de 2 milhões de reais para que a igreja fosse reformada. Preservar o nosso passado é preservar a nossa memória”, disse o Deputado Federal Áureo Ribeiro.

As intervenções realizadas

Nesta primeira fase que visava sobretudo devolver aos fiéis o seu local de culto, as obras contemplaram o reforço da infraestrutura; descupinização; modernização e readequação das instalações elétricas, luminotécnicas e hidrossanitárias; implementação do sistema de monitoramento de segurança; e instalação dos sistemas de prevenção, detecção e combate a incêndios e de proteção contra descargas atmosféricas. Novas intervenções ainda precisam ser promovidas para resgatar todo o brilho do monumento, com foco nos bens móveis e integrados, como os retábulos que serão contemplados nas fases posteriores.

Dom Tarcisio em uma das visitações de inspeção das obras de restauração.

 

A igreja do Pilar e todo o seu acervo foram tombados em 1938, um ano após a criação do Iphan. O monumento está inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes. Durante as intervenções boas novas surgiram, pois em 2020 foram recuperadas duas imagens desaparecidas há décadas do templo: uma imagem que representa Betsabá, que aparece na Bíblia como esposa do rei Davi e mãe do rei Salomão, e outra do próprio rei Davi. A origem das esculturas remonta à primeira metade do século XVIII. Essas e outras recuperações são fruto do empenho e dedicação da Comissão Diocesana para os Bens Culturais e Artes Sacras, que foi instituída por Dom Tarcisio em 2014 para que pudesse zelar com afinco do patrimônio histórico existente na Diocese.

A história da igreja

A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar acumula mais de 300 anos de história. Nesse tempo, assistiu ao crescimento da cidade ao redor. A edificação remonta aos primórdios da ocupação da Baixada Fluminense. A região era um importante polo comercial do período colonial: ponto de chegada de um dos caminhos do ouro vindo de Minas Gerais para escoar pelo Porto do Pilar.

A doação do terreno para a construção do conjunto formado por igreja, adro e cemitério foi feita por Manoel Pires e sua mulher Catherina de Sene, em 1697. Novas doações do casal foram feitas para a Irmandade de Nossa Senhora do Pilar, entre 1702 e 1704. A irmandade destinou arrendamento a alguns fregueses que construíram casas e deram início à formação do arraial do Pilar.

A construção do templo começou entre 1696/97, com uma capela. A edificação nos moldes atuais data de 1720, situada próxima ao Rio Pilar, e foi finalizada em 1726.  A igreja foi construída depois da abertura de passagem através da Serra dos Órgãos. Ali, D. Pedro I costumava parar em suas excursões.  Hoje em dia, o templo dá nome ao bairro no qual se encontra, o bairro do Pilar.

Se por fora o templo aparenta ser um monumento simples, o seu interior abriga belos bens integrados em estilo barroco: quatro retábulos laterais e um magnífico retábulo-mor – uma estrutura arquitetônica e artística que serve como fundo decorativo para um altar – ao fundo. Infelizmente, ao longo dos anos, essa obra sofreu com saques e furtos, incluindo a remoção da imagem original de Nossa Senhora do Pilar por criminosos no ano 2000.

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